Sérgio Miranda: um papo com o expert do canal Loop Infinito

 

À frente do reconhecido canal Loop Infinito e um dos embaixadores da iPlace, Sérgio Miranda é jornalista especializado em Apple. Formado pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, teve seu primeiro contato com a marca em 1996. Exatamente quando começou a trabalhar na editora Globo como repórter e redator de uma revista da área de quadrinhos. Hoje, aos 51 anos, ele reúne em casa o que chama de “singelo museu” e compartilha muitas experiências pela internet.

Usuários da Apple facilmente desenvolvem uma relação de afetividade com os produtos que ela cria. Conte-nos sobre como você se tornou um fã da marca.

Nos anos 1990, a Apple dominava as redações e os departamentos de arte. Especialmente por conta de todo seu modelo de negócios para Desktop Publishing (diagramação eletrônica). Eu nunca tinha trabalhado com Apple até entrar para a editora Globo, onde iniciei meu contato diário com a marca. Quando o pessoal da arte ganhou Macs novos, os mais antigos foram passados para a redação. Então fui me ambientando ao Macintosh Classic e seu mouse de apenas um botão. Em 1999, muitas pessoas foram demitidas da Abril em função da crise, mas pude continuar trabalhando de casa como freela. Para isso, eu precisava de um computador da Apple. Pedi emprestado o iMac do meu irmão, apaguei parte do sistema, ferrei com ele e devolvi, pedindo mil desculpas. Decidi comprar um para mim e aprender a não fazer mais bobagem.

Em dezembro de 1999, comprei a revista Mac Mania para aprender a mexer e usar melhor, pois só sabia o básico. Vi um anúncio na revista dizendo: “precisamos de redatores”. Fui lá, fiz um teste e gostaram do meu texto. Assim, comecei a escrever sobre Apple em 20 de fevereiro de 2000. Fui aprendendo mais a mexer, usando diariamente e construindo um relacionamento de verdade com a marca. Assim, minha vida mudou de novo e me tornei um jornalista especializado em Apple. Durante vários anos trabalhei na revista, que fechou, voltou e abriu como Mac+. Fui editor da edição número 1 à 103, em 2014, quando a Mac+ fechou em definitivo. No mesmo ano, conheci o pessoal do Loop Infinito e virei o fanboy oficial Apple do canal.

Quais os principais desafios para aproximar assuntos de tecnologia de todos os públicos?

Para fazer isso, a primeira coisa é entender que você não é melhor do que nenhum usuário. Você é uma pessoa comum, que tem mais experiência, pois investiu tempo para assumir a função. Tendo esta visão, sabemos que podemos enfrentar as mesmas dúvidas e questionamentos. É preciso ser técnico, entender a tecnologia, mas conseguir traduzi-la de maneira fácil. Assim, o principal desafio para o jornalista de tecnologia é saber que o que é óbvio para a gente não é para outras pessoas. Nossa explicação, a maneira de contar a história e passar informações, precisa ser mais detalhada e completa possível. Se suprimimos uma informação básica, podemos deixar um leitor para trás caso ele esteja olhando um vídeo mais avançado. Essa percepção precisa ser um cuidado do dia a dia. Você entendeu o que você escreveu? Como uma pessoa, que não é você, reagiria a essa informação?

Na sua opinião, qual o melhor produto Apple? Por quê?

Pergunta difícil… Acho que o melhor produto, mesmo, é o iMac. Muitas pessoas acham que foi o iPod ou o iPhone que fez da Apple uma empresa vencedora. Porém, acredito que o que realmente contou foi ter tirado o computador do óbvio. Pois foi o computador que mudou o jeito como as pessoas interagem. Assim, em 1998, a Apple rompeu a barreira e se posicionou como uma empresa que pensa diferente. Que faz as coisas diferentes e traz este simbolismo de sair do lugar comum. De usar uma postura revolucionária, ter uma opinião… É isso que o iMac e todos os produtos na sequência acabaram trazendo. Foram revolucionários na sua geração. Para mim, o iMac “bolinha” ajuda a decorar a sala e define a empresa.

Há alguém que lhe sirva de inspiração? Quem?

Não tem como ser outra pessoa que não Steve Jobs. Ele sempre teve a convicção de que não é preciso lançar um produto que seja campeão de vendas. Ele lançava porque era bom, e bom para os usuários, para valorizar os clientes. Sabia que, sendo bom, iria vender. Foi assim quando lançou o iPod, em 2001, sem a menor certeza de que faria sucesso. Para a segunda versão, fez um balão de ensaio com a comunidade que lhe era fiel. Definiu padrões e fez da Apple uma empresa que controla a tecnologia no mundo. Cometia erros e não tinha medo de errar; tinha o “botão do f***-se” ligado. Continuo achando que a Apple faz produtos maravilhosos, que fazem parte da minha vida digital. Mas saber que ela vai continuar a fazer revoluções é mais difícil. Temos uma empresa que consegue desenvolver muitas coisas boas. O legado continua.

O que representa para você ser um embaixador da iPlace? 

É muito legal, porque a iPlace é uma marca que ajudou muito a Apple a se firmar no Brasil. Até então, a empresa não tinha uma loja oficial no país, uma solidez. A iPlace, como parceira da Apple, conseguiu espalhar seu conceito e sua experiência de venda por todo o Brasil. Além disso, é a marca que mais se identifica com a Apple e a que mais cresce por aqui. Por focar no cliente, oferecer atendimento diferenciado, testar o produto e compartilhar com as pessoas. A iPlace promove isso, cumpre o papel de levar a oportunidade às pessoas que querem conhecer melhor a Apple.

Este é o principal orgulho de fazer parte da equipe – poder compartilhar a experiência. Tanto com quem já gosta dos produtos Apple quanto com quem não os conhece. Pois o contato é muito importante. É que nem no amor: tem que estar junto, próximo, sentir, conhecer. Se não, é só paixão. É um orgulho fazer parte da equipe como um embaixador, conversar com as pessoas e compartilhar minha experiência com elas. E depois do número 140 [referência ao crescimento da rede de pontos de venda], desculpa, não dá! Sabemos das diretrizes que a Apple exige em termos de posicionamento da empresa, e a iPlace é a que melhor traduz esse conceito de experiência de compra.

Vi a iPlace nascer quando eu estava na Mac+ e o quanto já cresceu, o quanto de investimento foi feito. É um projeto vencedor, ainda mais assim, quando há um ticket alto de produto. A iPlace atingiu o equilíbrio – de cativar o cliente e mostrar que tem como você fazer parte da família Apple. O mais importante é ela continuar neste mesmo legado da Apple. De agir diferente, se posicionar diferente para poder sempre trazer a melhor experiência ao cliente. Se a iPlace mantiver isso no seu coração e no seu DNA, só vai continuar crescendo. Espalhando esta ideia de que os produtos servem para as pessoas, fazem parte da vida, para se ter uma vida melhor. E estou aqui para ajudar.

 

Foto: Sérgio Miranda/Arquivo pessoal

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